Cientistas do Projeto Budiões monitoram espécies no Maranhão

08.04.2023

Parcel Manuel Luís é limite norte de distribuição de todas as espécies endêmicas de budiões do Brasil

Uma equipe de cientistas do Projeto Budiões, iniciativa patrocinada pela Petrobras, esteve em expedição, no mês de julho, pelo Parcel Manuel Luís, uma importante formação recifal que pertence ao estado do Maranhão e fica abaixo da foz do Rio Amazonas, uma importante barreira biogeográfica para várias espécies de peixes. A localização do parcel representa o limite norte de distribuição de diversas espécies da fauna marinha brasileira. Desde 1991, quando foi criado o Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís, a área é uma unidade de conservação brasileira de proteção integral à natureza.

“O Parcel Manuel Luís é o limite de distribuição de todas as nossas espécies endêmicas de budiões. Portanto, para a gestão e conservação desses peixes no território nacional, é importante entender como eles estão vivendo nesse local”, indica o biólogo Carlos Hackradt, professor da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) e coordenador geral do Projeto Budiões. Apesar do difícil acesso, a equipe navegou por 24 horas até chegar ao ponto de monitoramento e permaneceu ali por 4 dias.

“Nessa primeira expedição fizemos o monitoramento populacional através do censo visual durante o mergulho, realizando a identificação por meio da observação. Além de contabilizar o número de indivíduos e espécies dentro de uma área previamente delimitada, estimamos o tamanho desses animais, a quantidade deles dentro de cardumes e outros parâmetros populacionais, como estágio de desenvolvimento”, explica Hackradt. O coordenador do Projeto Budiões prevê outras expedições ao Parcel Manuel Luís. “Esse monitoramento vai continuar acontecendo ao longo de todo o projeto. Então, certamente teremos outras expedições pra lá”.

Ao final da missão, foram contabilizadas todas as 5 espécies de budiões, entre elas, Scarus trispinosusSparisoma frondosum e S. amplum foram as mais abundantes. Adicionalmente, foram registrados tubarões-lixa (Ginglymostoma cirratum), raias-chitas (Aetobatus narinari), meros (Epinephelus itajara), barracudas (Sphyraena barracuda) entre outros predadores, indicando que os recifes se encontram em bom estado de saúde. Confira o vídeo produzido sobre essa atividade do Projeto Budiões: